Lasar Segall nasceu em Vilna, na Lituânia, antigo império Russo em 1889. Foi um dos mais importantes artistas influnciadores para o fortalecimento e valorização da classe artistica brasileira, e principalmente para a consagração da Arte Moderna no Brasil.

Em fins de 1912, Lasar Segall veio ao Brasil, a convite de sua irmã Luba Segall Klabin, que havia se casado com Salomão Klabin e tiveram três filhos: Esther Klabin, Samuel Klabin e Horácio Klabin. Em São Paulo, Lasar foi acolhido na casa de Bertha Osband, esposa de Maurício Klabin.
Luba, encarregou-se de apresentá-lo e recomendá-lo ao “mecenas Senador José Freitas Valle”, que acompanhado do jornalista Nestor Rangel Pestana visitou o jovem artista para ver suas pinturas.
Freitas Valle muito bem relacionado, conseguiu o espaço para que Segall realizasse sua primeira Mostra no Brasil. Um Salão térreo no prédio (Sobrado) na Rua São Bento, 85. A Exposição foi inaugurada dia 03 de Março de 1913, é considerada a “célebre PRIMEIRA MOSTRA DE ARTE MODERNA NO BRASIL.



Pela primeira vez o público brasileiro vinha a conhecer “presencialmente “a arte (moderna) expressionista europeia. Entretanto a repercussão junto ao público e à crítica foi mínima, com algumas notas publicadas nos jornais paulistanos. OBS:- No anúncio de 01/03/1913 o jornal escreve “grafia do nome” errada, Lasar Legall, invés de Lasar Segall. (Abaixo).


MINHA DESCOBERTA HISTÓRICA
Interessado em saber onde estaria localizado atualmente o antigo número 85, visitei a Rua São Bento por diversas vezes com informações desencontradas . Então, resolvi recorrer ao Acervo do Arquivo Histórico Municipal em março de 2020 para consultar os livros de Emplacamento. A numeração dos imóveis sofreu alterações nas primeiras décadas do século XX devido às mudanças do “Marco Zero da Capital” e o sistema de medição dos imóveis em relação ao início da Rua. Finalmente encontrei a sequência das alterações, resultando enfim ao atual Número 515.

O antigo número 85 da Rua São Bento se localizava próximo ao Largo de São Bento, entre as Lojas CASA FUCHS no N° 83…


… e o Grand Bazar Parisiense ao N° 87.


O Imóvel N°85 foi um Prédio comercial, “Sobrado”, construído por imigrantes alemães em 1887. Em 1897 foi ocupado pelos importadores e distribuidores RICHTER & BRENNE, depois, no inicio dos anos 1900 pela Loja de ferragens, materias para construção, armas e máquinas agrárias RIECKMANN & CO.




Desde a década de 1910, o N°85 seria alugado para lojas e “eventos de promoções temporárias ou sazonais”. A Exposição de Lasar Segall em 1913 foi um desses eventos. Em 1912, alguns meses antes dela, o mesmo Salão havia Exposto as suntuosas Pinturas Acadêmicas dos espanhóis IRMÃOS SALINAS, que inclusive (segundo lista de presença jornal Correio Paulistano) estiveram no vernissage de Segall.
Os anos se passaram e o Salão continuou recebendo a sazonalidade. Durante a década de 1990 a 2020 foi ocupado pela agência S. Bento do Banco Itaú. Atualmente, desde 2022 abriga uma loja chinesa ZANG-HAIR que comercializa cabelos.

Segall voltou para à Europa, casando-se, em 1918, com Margarete Quack.
Em 1919, fundou, com um grupo de artistas, o movimento “Secessão de Dresden”, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa.
Segall mudou-se novamente para o Brasil em 1923, dedicando-se, além da pintura, às artes decorativas. Criou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado..
Já separado de sua primeira esposa, casou-se em 1925 com Jenny Klabin (filha de Maurício Freeman Klabin, que era irmão de Salomão Klabin, portando Lasar casou-se com a sobrinha do seu cunhado) com quem teve os filhos Maurício Klabin Segall (que se casaria nos anos 50 com a atriz Beatriz de Toledo, posteriormente Beatriz Segall) e Oscar Klabin Segall (que se casou com a modelo e Vice-Miss Brasil 1969, Maria Lúcia Alexandrino dos Santos).

Nessa época, Lasar Segall passou a viver com a família em Paris, onde se dedicou também à escultura. Suas obras nessa fase remetem à atmosfera familiar e de intimidade. Suas cores fortes procuram expressar as paixões e sofrimentos dos seres humanos. Seus personagens são mulatas, prostitutas e marinheiros; suas paisagens, favelas e bananeiras. Anos mais tarde dedica-se à escultura em madeira, pedra e gesso. Suas obras: Família Enferma, Dois Seres, Mãe Preta, Bananal, Navio de Emigrantes, Guerra e Campo de Concentração.
Em 1932, Segall retornou ao Brasil, vagou por todo tempo, instalando-se em São Paulo na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu concunhado. Essa casa abriga, atualmente, o Museu Lasar Segall. Nesse mesmo ano foi um dos criadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) na capital paulista.
Sua produção na década de 1930 incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão e retratos da pintora Lucy Citti Ferreira. Em 1938, Segall realizou os figurinos para o balé “Sonho de uma Noite de Verão”, encenado no Teatro Municipal de São Paulo.
Uma retrospectiva de sua obra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, foi realizada em 1943. Nesse mesmo ano, foi publicado um álbum com textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.

Em 1951, Segall realizou uma exposição no Museu de Arte de São Paulo. Três anos depois, criou os figurinos e cenários do balé “O Mandarim Maravilhoso”.
O Museu Nacional de Arte Moderna preparou uma grande retrospectiva de sua obra em 1957, em Paris. Lasar Segall morreu nesse mesmo ano, de problemas cardíacos, em sua casa, aos 68 anos.
FONTES
Acervo biblioteca digital Unesp https://bibdig.biblioteca.unesp.br;
Heneroteca – Jornal Correio Paulistano;
Livro “A cidade Exposição”; Acervo Arquivo Histórico Municipal.
https://www.novomilenio.inf.br/santos/h0350a1897.htm
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